Thursday, February 22, 2018

Vivendo hoje nos tempos de Oxóssi





Láyé àtijọ́, iṣẹ́ Ọdẹ jẹ ikan ninú iṣẹ gidi ni ile Yorùbá.  Ògbójú Ọdẹ ló npa ẹranko bi Erin, Ẹkùn, Kìnìún àti Ẹfòn, Ìmàdò, Ikõkò, nígbàtí àwọn to nṣe Ọdẹ etílé npa ẹranko ìtòsí ilé bi Ọ̀kẹ́rẹ́, Òkété, Ọ̀bọ àti bẹ̃bẹ lọ.  Ẹran ìgbẹ bi Ìgalà, Àgbọ̀nrín àti , ẹran ọ̀sìn bi Àgùntàn, Ewurẹ, Òbúkọ, Ẹlẹ́dẹ̀ jẹ ẹran tí o wọ́pọ̀ fún jíjẹ ni ayé àtijọ dípò ẹran Mãlu tí ó wá wọpọ láyé òde òní
Tradução

No passado, a caça era um dos maiores meios de subsistência na terra Ioruba. Apenas caçadores altamente qualificados mataram animais como elefantes, leopardos, leões e búfalos, javalís e lobos, enquanto os caçadores de bairros caçavam animais mais próximos de casa, como esquilos, ratos do mato, macacos, etc. Carne de animais como cervos veados, veados e animais domésticos, como ovelhas, cabras, bodes e porcos eram fontes comuns de carne naqueles dias em vez de carne de boi como se tornou comum nos dias atuais.

O texto acima está em um post publicado no blog intitulado “The Yoruba blog”, cujo título  (do post) é “Bi Ọdẹ bá ro ìṣẹ́ ro ìyà inú igbó, ti ó bá pa ẹran kòní fẹ́nì kan jẹ”.  O blog se constitui uma iniciativa maravilhosa pela preservação e divulgação da Língua e da Cultura Iorubá, assinado por uma pessoa que se intitula Bim A.
A frase é, em verdade, um  provérbio Iorubá. Em Português, seria “Se o caçador considerar o sofrimento que ele passa na floresta, para conseguir sua caça, ele não a dividiria com mais ninguém”. Em verdade, o  texto do blog vai além e diz:

A lè fi ò̀we Yorùbá “Bi Ọdẹ bá ro ìṣẹ́ ro ìyà inú igbó, ti ó bá pa ẹran kòní fẹ́nì kan jẹ” wé ìyá ti àwọn ti ó wà ni Ìlúọba/Ò̀kèòkun njẹ nínú òtútù lati pa owó.  Nínú owó yi, wọn a ronú àti ran àwọn ẹbí àti ọ̀rẹ́ lọ́wọ́, ṣùgbọ́n ọ̀pọ̀lọpọ̀ àwọn ti wọn gbìyànjú lati ràn lọ́wọ́, ki i wo ìya ti ojú wọn rí.
Tradução
O significado literal deste provérbio Yoruba: “Se o caçador considerar o sofrimento que ele passa na floresta, para conseguir sua caça, ele não a dividiria com mais", pode ser aplicado aos que vivem no Reino Unido e em outras partes do mundo, que têm de ganhar a vida em climas frios e culturas estranhas. Enquanto eles pensam em enviar o dinheiro tão arduamente disputado para ajudar pais e amigos, aqueles que recebem tal ajuda nunca pensam no sofrimento que eles enfrentam.
Esse provérbio se aplica como uma luva no nosso mundo de hoje. Se aplica, por exemplo, à parte da nossa juventude que não percebe o custo envolvido no sacrifício feito pelos pais para que eles possam se educar e melhor se preparar para enfrentar o futuro.
Esses pais, essa mães que  emigram, vão para o distante e desconhecido, muitas vezes desumano e xenófobo,  em busca do sustento (do pão, do alimento para a sua família, que fica na terra natal), estarão cumprindo a sina de Oxóssi, do Espirito do Caçador que caçou para alimentar a sociedade inteira da vila onde vivia. Os imigrantes devem pedir a proteção de Oxóssi, o Espírito do Caçador. Aqui lembramos desse pedido de proteção, trazendo um Oriki (panegírico) famoso para Oxóssi, diz:

Ọ̀şọ̀ọsi.
Awo ọ̀dìjà pìtìpà.
Ọmọ  ìyá ògún oníré, Ọ̀şọ̀ọsi gbà mí o.
Ọ̀şọ̀ọsi. Òrìşà a dínà má yà.
Ọdẹ ti njẹ orí ẹran
lẹ́wà òşòòşò.
Òrì
şà tí ngbélé imọ̀,gbe ilé ewé.
A bi àwọ̀ lóló.
Ọ̀şọ̀ọsi ki nwọ igbó, ki igbó ma mi tìtì.
Ọfá ni mọ́gàfí ìbn
O ta
fà sí iná,Iná kú pirá.
O tá
fà sí Oòrùn,Oòrùn rẹ̀ wẹ̀sẹ̀.
Ogbàgbà tí ngba m rẹ̀. Oní màríwò pákó.
Ọdẹ bàbá ò. O dé ojú ogun,
O fi fà kan şoşo pa igba ènìyàn
O dé ninú igbó, O fi
fà kan şoşo pa igba ẹranko.
A w
ran pa sí ojúb Ògún lákayé,
Má w
mí pa o. Má sì fi w r dá mi lóró.
Ọdẹ ò, Ọdẹ ò, Ọdẹ ò,
Ọ̀şọ̀ọsi  ni nbá d inú igbo jà,wípé kí ó d igbó re.

Ọ̀şọ̀ọsi oloró tí nbá ba şẹ́gun,O bá Ajẹ́ jà, şẹ́gun, Ọ̀şọ̀ọsi o ! Má bà mi jà o.
Ògún ni o bá mi
şẹ o.
Bí o bá nb
ọ̀ láti oko, kí o ká ilá fún mi wá. Kí o re ìréré ìdí rẹ̀.
Má gbàgbé mi o,
d ò, bàbá m kí ngbàgbé m.

Tradução
 
Oxóssi !
Ó Orixá da luta,
irmão de Ògún Onírè.
Oxóssi, me proteja !
Orixá que tendo bloqueado o caminho, não o desimpede.
Caçador que come a cabeça dos animais.
Orixá que come ewa osooso.
Orixá que vive tanto em casa de barro
como em casa de folhas.
Que possui a pele fresca.
Oxóssi não entra na mata
sem que ela se agite.
O arco é a arma poderosa que o pai usa em lugar de espingarda.
Ele atirou a sua flecha contra o fogo,
o fogo se apagou de imediato.
Atirou sua flecha contra o sol,
O sol se pôs.
Ó salvador, que salva seus filhos !
Ó senhor do mariwo pakô!
Meu pai caçador chegou na guerra,
matou duzentas pessoas com uma única flecha.
Chegou dentro da mata,usou uma única flecha para matar duzentos animais selvagens.
Arrasta um animal vivo até que ele morra e o entrega no Ojubó de Ògún.
Não me arraste até a morte.
Não atire sofrimentos em minha vida, com seu arco.
Ó Odé! Ó Odé! Ó Odé!
Dentro da mata, é Oxóssi que luta ao lado do caçador para que ele possa caçar direito.
Oxóssi, o poderoso, que vence a guerra para o rei.
Lutou com a feiticeira e venceu.
Ó Oxóssi, não brigue comigo.
Vence as guerras para mim
Quando voltar da mata,
Colhe quiabos para mim.
E, ao colhê-los, tire seus talos.
Não se esqueça de mim.
Ó Odé, um pai não se esquece do filho.

Referencias:


 

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