Saturday, September 4, 2021

Vodun Lɛ̆gbaá, o Chefe da Vila

 



Vodun Lɛ̆gbà!

Lɛ̆gbaá...dŏ Nùkún!

Você sabe o significado dessa expressão...???

Essa frase significa “Lébaa ...semente do Fundamento”

É uma referência explicita ao Culto do Primeiro a Ser Cultuado na Liturgia Vodun em todas as áreas da África Ocidental onde se fala qualquer das Línguas-Gbé (Ewe, Gen, Aja, Fón) , com também em áreas afins a mesmo de tradição Fon-Nagô.  

    Nós, o povo de santo Jeje Savalou da Bahia, precisamos retificar uma postura que vimos adotando através dos tempos, sinalizada pela repetição mecânica de sons, como se não representassem uma terminologia específica e bem fundamentada de uma tradição ritual multimilenária..

Os nossos irmãos beninenses ao encontrar com turistas europeus que falam, ou que se comunicam usando uma das nossas línguas nativas, observam felizes que “Yovo se fɔngbe, ou literalmente: “O branco (europeu) fala Fon, por exemplo…”

Na nossa prática litúrgica Vodun, ou até mesmo na prática Nagô-Vodun, o nosso compromisso é com a cultura religiosa que começa com Exu-Vodun-Lɛ̆gbà

Esse primeiro passo é a primeira galinha oferecida, ou seja: Koklosi nukɔntɔn ɔ, (em Português) a primeira galinha oferecida.

Uma vez, há um bom tempo atrás, uma amiga me enviou um vídeo do Youtube no qual é “exibida” uma cerimônia supostamente praticada na “Santeria”, sobre a qual ela observa e constata seu desconhecimento do significado de uma palavra que lhe chamou atenção. A palavra é “Elégguà”. Esta palavra é um termo religioso-cultural de origem Iorubá, e é a forma pela qual os nossos irmãos Lukumi (os Nagô em Cuba) pronunciam a palavra Lɛ̆gbà. 

Na língua e cultura Iorubá, o termo ´Exu´ constitui-se em uma referência à personificação do colágeno etéreo, do elo metafísico que conjumina as forças cosmogônicas e as mantêm juntas na vibração do pulsar da Vida na ordem de grandeza das partículas subatômicas, átomos, moléculas, grandes estruturas, etc.

Tanto física como emocionalmente, `Exu´ é o responsável pela manutenção das coisas do mundo, como essas se apresentam.

Legbaá é o correspondente Jeje do Orixá Exu dos Iorubás.

É o filho mais jovem gerado pelo par Mawu-Lisá ou Dadá-Segbo.

Legbaá sempre é cultuado primeiro, antes de qualquer outro Vodun, e esta regra jamais é esquecida pelo povo Fon., nem pode ser esquecida por nós, seus descendentes na diáspora no Brasil, pois é Ele quem se encarrega de deixar passar qualquer tipo de oferenda seja a que Vodun for. 

Legbaá é o unico Vodun masculino que tem acesso ao mundo espiritual das Kenesi (senhoras poderosas e grande Mãe Ancestre, feiticeiras, podendo ser consideradas como correspondentes às Iyami Oxorongã da tradição Iorubá).

Em uma gravação antológica, a Iyalorixá Olga de Alaketu, canta (em uma língua africana que bem parece ser a língua Fon) dentre outros versos, o seguinte para Exu- Légbaá...:

ɔ́ mɔ̀ do Lɛ̆gbaá O

(So-) Kin lin yan

E ko ma ji gbé

(So-) Kin lin yan

Poderíamos bem atribuir a esses versos, o seguinte texto em Português:

O chefe da vila, Léba

Se nota (se faz notar) desde o longe

Ele é o provedor/guardião sênior da nossa vida

Referencias:

1.   1 Festa no Terreiro / Cantos de Candomblé Olga do Alaketu - 1970 - Philips R 765.103 L SCDP-PF-001/GB Lado 1 1. Bravum 2. Exu 3. Ogun 4. Oxóssi 5. Oxumaré Lado 2 1. Xangô 2. Oxum 3. Iemanjá 4. Avaninha 5. Vivauê http://tempomusica.blogspot.com.br accessed on September 4, 2021)

2.    https://www.youtube.com/watch?v=3Zdvuoq2E4I&t=324s accessed on September 4, 2021)

3.    Image: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Vodun_shrine_in_Grand_Popo_Benin.jpg (accessed on September 4, 2021)


Sunday, May 23, 2021

Cânticos e E-book que exaltam a liturgia Jeje-Nagô serão apresentados ao público dia 28 de maio



O projeto “Sà Hùn, cantando para os Voduns do Jeje Savalou”, composto por um e-book e um cd-virtual, será apresentado na próxima sexta (28) de maio, às 19 horas, no youtube/nagovodun. A proposta é fortalecer o processo de construção da identidade do negro como cidadão afro-brasileiro, demonstrando que sua herança cultural africana tem como suporte línguas dotadas de léxica e semântica, e que sua história não pode ser contada a partir de uma realidade de marginalização social e política do afrodescendente. 

O registro de cânticos e rezas, com suas respectivas traduções para a língua portuguesa, aborda vários aspectos da liturgia Jeje-Nagô, observadas à partir de uma plataforma privilegiada, visto que não se trata apenas de um trabalho de pesquisa. “Nós vivemos a religião em primeiro plano, na primeira pessoa do verbo. Reunimos nesse trabalho um pouco do conhecimento que solidifica as bases da construção de um uma hierarquia de saberes que nos orienta com relação a uma epistemologia e uma didática capazes de valorizar a riqueza do Candomblé Jeje Savalou como uma Cultura autóctone africana e afrodescendente, um modelo de vida em sociedade, uma filosofia de libertação”, explica o idealizador do projeto, professor Mawó Adelson de Brito.

No livro textual (e-book) os cânticos para as divindades do Panteão Jeje Savalou (escritos/registrados em língua Fon (Fòngbè) e Língua Iorubá (èdèYorùbá) estão devidamente respaldados por suas respectivas traduções para o Português, visto terem sido tratados mediante metodologia atualizada, o que os tormam perfeitamente compreensíveis em nossos dias. Já o audio-cd é composto com esses cânticos litúrgicos específicos dos ritos, procedidos em um Templo Jeje Savalou. “Esse CD musical entra no conjunto da obra com o objetivo de dar testemunho melódico e registro físico para a posteridade”, complementa Brito.

No blog http://nagovodun.blogspot.com estão disponíveis publicações sobre a língua iorubá e fotos dos bastidores das gravações dos cânticos, com as participações dos músicos Eliene Vale, Paulo Fiaz, Josué Debessy, Gustavo Caribé e Tiago Nunes.




O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Monday, April 5, 2021

Ajọdún ti wọn ṣekupa Matin Luther King Jr

 


 

Ni Ọjọ́ 4, Oṣù Kẹrin, Ọdún 1968 ni ìlú Memphis ti ipinlẹ̀ Tenesee ni orilẹ̀ede Amẹ́rika (USA), wọn ṣekupa Ọ̀mọ̀we Matin Luther King Jr ni agogo 6:01. CST.

Martin Luther King, Jr.(January 151929 – April 41968) jẹ́ ẹni ọ̀wọ̀, alákitiyan ọmọ orílẹ̀-èdè Amẹ́ríkà, bẹ́ẹ̀ ni ó sí jẹ́ olórí ẹgbẹ́-ìjíndé fún ẹ̀tọ́ ọmọ-àwùjọ ni ilé Amẹ́ríkà. Gẹ́gẹ́ bí oníwasú Ìjọ Onítẹ̀bọmi, King di alakitiyan fún ẹ́tọ́ ará-ìlú ní ìbẹ̀rẹ̀ ayé rẹ̀. Ó di ọ̀kan nínú àwọn oludari pàtàkì jùlọ ti Ija fún àwọn ẹ̀tọ́ (àti ìgbélarugẹ ipò) àwọn adúláwọ̀ ni ilẹ̀ Amẹ́rika (USA).

Ohun ni o ẹni asiwaju lawujọ̀ àwọn ọmọ Afrika-Amẹ́rika lati ọdún 1957 de 1968.

Latari iẹ takun takun fún anfaani àwọn aláwọ̀ dúdú ni Amẹ́rika, Dokita, King di Ẹlẹ́bùn Nobel fún Àlàfíà ni ọdun 1964.

Aláwọ̀ funfun ti orukọ̀ rẹ̀ ni James Earl Ray yìnbọn pa Dr. King, Jr ní ilé-ìtura kan.  

Ó ti gbe lọ si Ilé-iwosan St.Joseph, nibiti o ku ni 7: 05 ni irọlẹ.

Ó ti jẹ́ ọmọ ọdún 39.

References:

1.   1.  Martin Luther King, Jr;

Martin Luther King, Jr. - Wikipedia, ìwé-ìmọ̀ ọ̀fẹ́ (accessesd on April 5, 2021);

2.    2. https://yo.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:%C3%80w%E1%BB%8Dn_%C3%8C%E1%B9%A3%E1%BA%B9%CC%80l%E1%BA%B9%CC%80_B%C3%ADi_%E1%BB%8Cj%E1%BB%8D%CC%81_%C3%92n%C3%AD/O%E1%B9%A3%C3%B9_K%E1%BA%B9rin (accessed on April 5, 2021)


Thursday, March 18, 2021

Ìtàn ààrẹ John Pompe Magufuli dàbi ti Yar'Adua Nàìjíríà àti Atta Mills ti Ghana


https://www.bbc.com/yoruba/56446095 (18/03/2021)

Ìtàn ààrẹ John Pompe Magufuli dàbi ti Yar'Adua Nàìjíríà àti Atta Mills ti Ghana

 

Ìtàn àti ikú ààrẹ John Pompe Magufuli dàbi ti ààrẹ Nàìjíríà nígbà kan ri Umar Musa Yar'Adua, Pierre Nkurunziza ti Burundi, John Attag ti Ghana àti àwọn ààrẹ mẹ́rin míìràn ti wọ́n kú sórí oyè.

Bí àwọn ààrẹ ilẹ adúláwọ̀ ṣe máa n lo sáà wọ́n tán lórí oyè, bẹ́ẹ̀ ni àwọn míràn máa n kú sórí àléfà.

Bí ti ààrẹ Tanzania, John Magufuli se ku ti aríyànjiyàn sì wà lórí ikú rẹ̀ ni náà lo ri ti kò si ẹni to mọ idí ikú àwọn olórí orílẹ̀-èdè ilẹ̀ Afíríkà mííràn.

Okú ni ọjọ́ kétàdinlógún, oṣù kẹta, ọdún 2021 lẹ́yìn oṣù péréte tó jáwé olúbori nínú ìbò ààrẹ lẹni ọdún mọ́kànlélọ́gọ́ta.

Gẹ́gẹ́ ìgbákejì ààrẹ ṣe sọ Semia Suluhu Hassan ààrẹ àná kú látparí àìsàn ọkàn tó ti n bá fíra láti bi ọdún mẹ́wàá sẹ́yìn.

Ìkéde yìí wáyé lẹ́yin bi ọ̀sẹ méjì ti kò sí ẹni tó kófìrí rẹ̀ ni àwùjọ, tí àwọn ènìyàn sì bẹ̀rl si ni tẹnubọlẹ̀ nípa ìlera rẹ̀ àti pé níbo ni ààrẹ wà.

Tradução

A história e a morte do presidente John Pompe Magufuli é semelhante às respectivas mortes do ex-presidente nigeriano Umar Musa Yar'Adua, de Pierre Nkurunziza do Burundi, John Attag do Gana e quatro outros presidentes que morreram no cargo.

Assim como presidentes africanos passam seu mandato ao fim do seu termo, o mesmo ocorre com alguns que morrem no cargo.

Como a morte do presidente tanzaniano John Magufuli e a controvérsia sobre sua morte, ninguém sabe por que outros líderes africanos morreram.

Ele morreu em 17 de março de 2021, apenas um mês após vencer a eleição presidencial aos 61 anos.

De acordo com o vice-presidente Semia Suluhu Hassan, o presidente de ontem morreu de um ataque cardíaco em conexão com uma cardiopatia que vinha sofrendo nos últimos 10 anos.

O anúncio foi feito duas semanas depois que ele, por duas semanas, não aparecia em público, e as pessoas temiam por sua saúde e se perguntavam onde o presidente estaria.

 

Sunday, February 14, 2021

Reparação já !Manuel Querino

 


 

Hoje, 14 de fevereiro de 2021 é aniversário de 98 anos do falecimento de Manoel Querino.

Começo com este artigo, uma nova e grata fase da minha trajetória Sacerdotal e de Homem de Letras.

Como Sacerdote do Candomblé Jeje Savalu, não posso prosseguir com o destemor que me trouxe até aqui como um vitorioso nesta corrida de obstáculos criados pelo crivo assimétrico de uma das sociedades mais racistas e iniquas com o povo de pele preta, que a mente humana já foi capaz de conceber, sem enaltecer o FAVOR DE EXU.

Por isso:

Kò gbà.

Laroye Èù,

Èu kò gbà

Elegbara ajágbọ̀n wo sì

Araketu sọ̀rọ̀ sọ̀rọ̀

Èu jìnnìjìnnì

Kò gbà.

Laroye Èù

Como um Homem Preto de Letras (afinal são três livros publicados até o presente momento), nascido e criado nessa “Cidade da Bahia” não posso, não quero, não aceito me distanciar do RESGATE e consequente REPARAÇÃO de uma classe de escritores, pensadores e intelectuais pretos, invisibilizados pela perversidade de um projeto de sociedade.  

Vejam: a Bahia é sem sombra de dúvidas, o estado mais preto do Brasil, e, não é de forma alheia a uma conexão etérea incontornável com as Cosmogonias pretas africanas, que sua capital, ou seja, a cidade de Salvador (antigamente conhecida com a “Cidade da Bahia”), é a cidade mais preta do mundo fora da África. Entretanto uma complexa estrutura racista, que faz do Brasil um dos países mais desiguais do Mundo, desloca para a referida Cidade o papel de emblema da dessa perversidade, ao tempo em que a “normaliza”, quer dizer: Salvador é um estandarte da iniquidade transformado em símbolo de uma miséria colorida pitoresca que culmina com uma normalidade autóctone: quer dizer, todo mundo, no Brasil,  acha normal que toda sorte de misérias e de injustiças, “privilegie”, recaia,  se abata sobre um grupo marcadamente étnico...Só descobri que essa “normalidade” é autóctone, ou seja, exclusivamente brasileira, quando tive a oportunidade de residir no exterior (residi no Japão por dezesseis anos). ai fui levado a perceber que o mundo vê o Brasil como um palco de horrores da perversidade humana enquanto a gente aqui insiste em fazer de conta que isso não é conosco, habitantes da "terra da felicidade..."..

Uma das causas dessa desigualdade foi o abandono, pelo Estado, dos ex-escravos após a abolição (1888), ao tempo que a imigração europeia foi subsidiada. O preconceito e a discriminação raciais também teriam sido elementos que contribuíram para essa desigualdade...” (VASCONCELOS, 2007).

Enfim, sou portador de uma trajetória individual entrelaçada em uma torrente de fatos, cuja leitura, em minha ótica, se posta como diferenciada, por conta de um entendimento ou compreensão alargados dessa realidade que me leva a passar pela grande honraria que adiciona motivação para o escrito que trago no presente artigo: o Professor Doutor Ailton Ferreira me convidou para integrar (e eu aceitei) o quadro de Conselheiros do INSTITUTO REPARAÇÃO, e, de partida, trago o PROJETO REPARAÇÃO JÁ!

Ao ler com avidez e satisfação incontida (recomendo a leitura), uma modesta obra (38 páginas) de título “O colono preto como fator da civilização brasileira”, de Manuel Raimundo Querino, decidi incluí-lo (Querino) em uma LISTA DE RESGATES que, penso, dará suporte ao PROJETO REPARAÇÃO JÁ!, (o qual pretendo formalmente, apresentar ao Instituto na próxima sexta-feira, dia 19 de fevereiro)..

Por que Manuel Querino?

Manoel Raimundo Querino é um afrodescendente nascido em Santo Amaro  em 28 de julho de 1851 e falecido em Salvador, em 14 de fevereiro de 1923, ou como mencionei acima, hoje completam 98 anos desde o seu desaparecimento.

Esse intelectual foi aluno fundador do Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, pintor, escritor, abolicionista e pioneiro nos registros antropológicos e na valorização da cultura africana na Bahia. 

O meu entusiasmo por pessoas e histórias como a deste intelectual preto, está na raiz da minha trajetória riscada sobre esse pedaço de África incrustado nas Américas, considerando que, como ele, vim da pobreza extrema, das últimas fileiras da sociedade, e evolui para o trilho acadêmico e a fluência da produção literária, sem fingir que não sou preto, ou negar a minha religião: SOU DO SACERDOTE DO CANDOMBLÉ.

Querino, foi, aos quatro anos de idade, apadrinhado por um professor da Escola Normal de Salvador, de nome Manuel Correia Garcia, já que uma epidemia de cólera o deixara órfão em 1855. Essa adoção, sem dúvida, mudou radicalmente a configuração das suas expectativas como um homem preto no Brasil colônia escravista.

Manuel Querino viveu e atuou numa época em que se defendia abertamente o "branqueamento" do Brasil enquanto política oficial de estado, visto que o pensamento dominante era o de que a cultura negra era inferior em relação à branca. Manifestações culturais como o Candomblé  e a CAPOEIRA eram, portanto, vistas como bárbaras e empecilhos da civilização. Nesse contexto, Querino defendeu que o "branqueamento" era desnecessário porque os africanos já tinham civilizado o Brasil, e que os negros eram capazes de realizar trabalhos sofisticados, ao contrário do que se pensava.

Procurou, depois da guerra, dedicar-se ao desenho e à pintura , estudando no Liceu de Artes e Ofícios e na Academia de Belas Artes, onde também trabalhava. Formou-se em Desenho Geométrico  e passou a lecionar no Liceu e no Colégio de Órfãos de São Joaquim.

Produziu dois livros didáticos sobre desenho geométrico: Desenho linear das classes elementares e Elementos de desenho geométrico

Atuou na política, como abolicionista  e depois fundando o Partido Operário e da Liga Operária Baiana, travando no meio intelectual debates contra as ideias preconceituosas da ciência de então, esposadas por Nina Rodrigues. 

Deste embate filosófico, inspirou-se Jorge Amado para criar sua personagem Pedro Archanjo, figura central do romance Tenda dos Milagres. 

Por que “REPARAÇÃO JÁ! ”?

Porque por conta do que aqui foi narrado (considerando a exiguidade desta pauta) propomos a justa DECLARAÇÃO DE MANUEL RAIMUNDO QUERINO como PATRONO DA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO ESTADO DA BAHIA.

Está luta já começou!

Sou o Professor Mawo Adelson de Brito, Conselheiro do Instituto Reparação

REFERENCIAS

1.    MANUEL QUERINO;  https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Querino#Tra%C3%A7os_biogr%C3%A1ficos (acessado em 06/02/21);

2.    VIANA, Eduardo R.; O colono preto com fator da civilização brasileira: MANUEL QUERINO

 https://cadernosdomundointeiro.com.br/pdf/O-colono-preto-como-fator-da-civilizacao-brasileira-2a-edicao-Cadernos-do-Mundo-Inteiro.pdf  (acessado em 06/02/21);

3.    VASCONCELOS, Pedro de A.; COMPLEXIDADE HISTÓRICA E QUESTÕES RACIAIS EM SALVADOR, BRASIL

http://www.ub.edu/geocrit/b3w-732.htm (ACESSADO EM 14/02/2021)

 

 

 

 


Tuesday, February 2, 2021

Projeto apresenta cânticos e orações da Nação Jeje Savalu

O Projeto “Sà Hùn, cantando para os Voduns Savalu” vai apresentar o registro e veiculação de um conjunto de cânticos e orações da Nação Jeje Savalu (em mídia digital e e-book), como forma de valorização e manutenção dos vínculos históricos e sanguíneos que ligam o Brasil à República do Benin e com foco na herança Cultural Jeje-Nagô.

O registro de cânticos e rezas, com suas respectivas traduções para a língua portuguesa, vai fortalecer o processo de construção da identidade do negro como cidadão afro-brasileiro, demonstrando que sua herança cultural africana tem como suporte línguas dotadas de léxica e semântica, e que sua história não pode ser contada a partir de uma realidade de marginalização social e política do afrodescendente.

Serão gravados cerca de 40 (quarenta) cânticos e orações em Língua Fón ou Fɔngbè e em Língua Nàgó ou Èdè Yorùbá. O Fongbe (na grafia local escrita como Fɔngbè) é uma língua franca, falada no Benin, na Nigéria e no Togo. É a língua majoritária da população do Benin, ou seja, é praticado por cerca de 50% da população, principalmente no Sul e na parte central do país. Já a língua Iorubá-Nagô é falada em vários países do mundo, como Brasil, em Cuba, Togo, Costa do Marfim, Venezuela, Trinidad-Tobago, no Sul dos Estados Unidos, no Togo. Os Iorubas são um grupo étnico da África Ocidental. No mundo todo, eles somam cerca de 45 milhões de indivíduos dos quais 35 milhões vivem na Nigéria.

“Precisamos divulgar esta iniciativa com toda a comunidade e, principalmente, em todas as instituições de ensino, como forma de elevação da autoestima do estudante afrodescendente em consonância com a Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história da África e das culturas africana e afro-brasileira no currículo da educação básica. A publicação e o registro da Liturgia do Candomblé Jeje Savalu são uma forma de combate ao racismo religioso e a intolerância associada”, defende o idealizador do projeto, professor Mawó Adelson Silva Brito.

No blog http://nagovodun.blogspot.com/ estão disponíveis os bastidores e curiosidades das gravações, que conta com os músicos Eliene Vale, Paulo Fiaz, Josué Debessy e Gustavo Caribé, além de publicações sobre a língua iorubá. 

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.